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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

PM inicia Operação Paraisópolis com 400 homens e 100 viaturas


SÃO PAULO - Começou a Operação Paraisópolis. No início da manhã desta quarta, a Polícia Militar chegou a interditar pistas das marginais Pinheiros e Tietê para passagem de um comboio de 38 viaturas policiais rumo ao Morumbi, onde fica a favela. A ação é por tempo indeterminado e foi instalado um posto de comando na Praça Moisés Nicodemus. Além das viaturas - que chegam a 100 - e dos 400 policiais, incluido a Tropa de Choque, a ocupação conta com quatro cães, 20 cavalos e um helicóptero.

A PM promete prender pessoas que participaram do confronto da última segunda, que resultou em sete feridos, quatro deles policiais militares, e lançar ofensiva contra o tráfico local. Localizada no Morumbi, área nobre da cidade, Paraisópolis é usada para distribuição de drogas.

A PM afirma que só deixará a favela quando "a segurança for restabelecida" e vai garantir o funcionamento das creches, que fecharam nesta terça, após o tumulto, deixando 250 crianças sem atendimento.

Boatos de toque de recolher imposto pelo tráfico e ameaças de novos tumultos levaram a PM a dobrar o número de homens na área ainda na terça. À tarde, mais de 300 policiais estavam nos acessos e no interior da favela. O contingente era de 180 homens durante a manhã. De acordo com o coronel Ailton Brandão, responsável pelo patrulhamento na área, o efetivo foi reforçado para intimidar possíveis novos tumultos. ( veja as imagens do confronto na noite de segunda-feira )

- Diante dos boatos, passados pelos moradores ao pessoal da prefeitura, de que o ocorreu ontem (segunda-feira) foi fichinha, o comando resolveu deixar os (homens) que estão por aqui e recebemos mais um reforço - afirmou Brandão, explicando que os homens que estavam de plantão de manhã vão dobrar o turno.

Além do reforço de contingente, viaturas, motos e cavalos foram levados para região. De acordo com o coronel, esse efetivo vai garantir a mobilidade dos homens pela área mesmo com congestionamentos. Além dos boatos, foram lançados rojões no interior da favela, perto do meio-dia, o que aumentou o clima de tensão.

O secretário de estadual de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, esteve em Paraisópolis, no início da tarde, e afirmou que o policiamento ostensivo continuará na região enquanto houver necessidade.

- A situação é de normalidade, de tranquilidade. Hoje estamos com 330 homens no policiamento e 124 viaturas. A partir de amanhã (quarta-feira), nós teremos 293 policiais dos batalhões de choque. Teremos ainda 70 viaturas, 20 cavalos e quatro cães - afirmou Marzagão.

A Polícia Civil abriu dois inquéritos para apurar o confronto. Um deles vai apurar os danos e os furtos durante o tumulto. O outro vai investigar as tentativas de homicídio. Sete pessoas ficaram feridas no confronto.

Apesar da presença dos policiais, a situação é de aparente normalidade, com exceção de parte do comércio que permaneceu fechado. Segundo o coronel Brandão, a polícia trabalha com duas frentes na região. A primeira tem o objetivo de evitar novos focos de conflito. A outra tenta prender suspeitos de participar do confronto da noite passada. Nesta segunda, nove pessoas foram detidas, mas acabaram liberadas por falta de provas. Sete pessoas ficaram feridas, entre elas, quatro policiais.

A explicação para o conflito seria um protesto pela morte do foragido, ocorrida no domingo. O homem estaria num carro roubado e era foragido da prisão. Na avaliação do coronel, cerca de 30 a 40 pessoas agiram como líderes dos atos de vandalismo, de forma oportunista.

Ação contra o tráfico

A Polícia Militar promete agir com mais rigor para combater o aumento do tráfico de drogas na favela. Segundo o coronel Ailton Brandão, Paraisópolis é propícia à venda de drogas por causa de sua localização estratégica, no Morumbi, bairro nobre da cidade, e perto de outras áreas de alto poder aquisitivo da zona sul.

De acordo com o coronel,

o tráfico arregimenta moradores de Paraisópolis, principalmente menores de idade, para distribuir droga na região,

assim como ocorre nas favelas do Rio de Janeiro.


Reprodução de imagem TV Globo


- Não gosto de usar a expressão favela, mas na comunidade de Paraisópolis, que é um local onde a riqueza está próxima, há muita gente ainda trabalhando para o tráfico, principalmente menores - disse.

Paraisópolis, onde moram cerca de 80 mil pessoas, é a segunda maior favela da capital, atrás apenas de Heliópolis, também na zona sul da cidade.

O presidente da Associação de Moradores de Paraisópolis, Gilson Rodrigues, cobrou uma ação preventiva.

- A prevenção tem que ser feita não pela ocupação, mas por projetos sociais, com apoio da sociedade, com investimento público e envolvimento da população - afirmou Rodrigues.

Sem sossego

Moradores disseram que o confronto tirou o sossego do lugar, que acreditam ser tranquilo.

Uma mulher, que se identificou apenas como Cristina, conta que a invasão da PM gerou um clima de insegurança.

- A gente aqui é todo mundo amigo. Temos, na verdade, mais medo da polícia que dos bandidos. Moro aqui há dez anos e nunca vi uma coisa dessas. Foi polícia entrando na casa da gente, prendendo gente que não tinha nada a ver. Bandido que é bom eles não prenderam - diz Cristina.

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"Isso já virou guerrilha. É pior do que no Iraque, porque lá eles sabem que estão em guerra"



Entre os manifestantes desta segunda estavam pessoas encapuzadas, que ajudaram a incendiar veículos para bloquear ruas. Os policiais abriram caminho com bombas de efeito moral.

Pontos comerciais foram saqueados e depredados.

Motoristas que passavam pelo local viveram momentos de pânico

e foram roubados.

Uma comerciante de 63 anos, que também não quis dizer o nome, teve os vidros de seu Space Fox destruídos. Ela diz que foi surpreendida por cerca de cinquenta jovens. Um garoto que aparentava ter 10 anos gritava palavrões para ela.

- Isso já virou guerrilha. É pior do que no Iraque, porque lá eles sabem que estão em guerra - lamentou a mulher, que, apesar de assustada, conseguiu manobrar e fugir com o carro parcialmente destruído.




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